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Os céus declaram a glória de Deus: viva o eclipse na chave da fé

06/09/25

“Os céus declaram a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Salmo 19:1). No próximo dia 7 de setembro, seremos presenteados com uma “lua de sangue”, visível de grande parte do Hemisfério Oriental.

Em meio à correria do dia a dia, correndo de uma coisa para outra em uma vida que nos devora entre telas, semáforos e relógios, não paramos para olhar o céu, que pacientemente continua a revelar sua beleza. Toda a criação canta em silêncio, mas nossos ouvidos, saturados de barulho e pressa, mal conseguem ouvir sua voz.

Assim, quando um evento como um eclipse interrompe nossa rotina, parece que o próprio universo nos sacode e nos lembra: "Você está cercado de mistério, beleza e infinito". Não se trata de um espetáculo qualquer, mas de um convite a redescobrir a grandeza da criação e, dentro dela, o Deus que a sustenta.

A lua fica vermelha

No próximo dia 7 de setembro, seremos presenteados com uma "lua de sangue", visível em grande parte do Hemisfério Oriental — Europa, África, Ásia e Oceania. Ela não será visível em nosso hemisfério, apesar do alarde nas redes sociais. Essa fase total durará 83 minutos, tornando-se um dos eclipses mais longos do ciclo recente.

Os eclipses fascinam a humanidade desde os tempos antigos, e não é incomum que muitos os interpretem como sinais do destino, presságios de catástrofe ou avisos divinos.

Embora a ciência tenha explicado com precisão como e por que um eclipse ocorre, ainda hoje, em pleno século XXI, as superstições em torno dele persistem. Para muitos, o escurecimento do Sol ou da Lua é um prenúncio de desastre; outros afirmam que observar o fenômeno pode causar doenças ou até mesmo prejudicar o feto. E há aqueles no mundo da astrologia que o transformam em um suposto "portal" de mudanças cósmicas que marcarão o destino da humanidade.

As mídias sociais estão repletas de rituais "espirituais" para aproveitar a energia do eclipse: banhos de lua, meditações em grupo ou conselhos sobre como "carregar a aura". Tudo isso revela um tema subjacente comum: a tentação de ver no cosmos um poder autônomo que governa nossas vidas, como se as estrelas fossem deuses.

Mas para os cristãos, nada disso faz sentido. O eclipse não é uma mensagem oculta nem um aviso de catástrofe: faz parte da ordem natural desejada por Deus. A Palavra nos lembra claramente: “Não temais os sinais nos céus, ainda que as nações tenham medo deles” (Jr 10:2).

Por que é incompatível com a fé cristã

O eclipse não traz uma mensagem oculta; é um fenômeno natural criado por Deus. A Bíblia é clara: “Não tenham medo dos sinais nos céus, ainda que as nações tenham medo deles” (Jr 10:2).

A fé cristã não se alimenta de superstições, mas da Revelação de Deus em Cristo e da confiança na Providência. Pensar que um evento cósmico determina nossa vida ou destino contradiz o Evangelho: a vida está nas mãos de Deus, não das estrelas.

Catecismo da Igreja Católica (n.º 2116) alerta contra a astrologia, a adivinhação e todas as formas de superstição, pois distorcem a fé e diminuem a confiança em Deus. Confiar nas estrelas é esquecer que a nossa vida não depende delas, mas de um Deus que nos ama e nos guia.

Como vivenciar um eclipse com os olhos da fé

STAN HONDA | AFP

Um eclipse pode ser muito mais do que um fenômeno astronômico se o contemplarmos com fé. Aqui estão algumas sugestões para transformá-lo em um momento de oração e louvor:

Fique em silêncio e contemple

Desligue o barulho e passe alguns minutos olhando para o céu. A vastidão do cosmos nos lembra da nossa pequenez, mas também da nossa grandeza: somos capazes de reconhecer a marca de Deus nele.

Ore com a Palavra

O Salmo 19 é perfeito para este momento: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”. Você também pode proclamar uma passagem do Gênesis ou do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis.

Educar na fé, não na superstição

Se houver crianças ou jovens, explique-lhes que esse fenômeno é natural e não tem nada de mágico ou perigoso. Ensine-lhes que a fé cristã não teme as estrelas, pois confia no Deus que as criou.

Transforme isso em louvor

Ao contemplar a lua sombria, deixe que uma oração simples brote do seu coração: “Senhor, tu fizeste todas as coisas boas; obrigado por me permitir contemplar a tua obra.”

Quando a lua escurece, a fé ilumina

A noite do eclipse não é um momento de medo, mas de maravilhamento. O céu nos dá um lembrete silencioso: que nem tudo está sob nosso controle, que a vida é um mistério, que Deus continua a nos falar por meio de sua criação.

À medida que a lua se tinge de sombras, podemos lembrar que nossas noites, às vezes escuras e difíceis, também fazem parte de uma história maior. E que, assim como a luz retorna à lua após um eclipse, a luz de Cristo sempre retorna às nossas vidas.

 

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