Sociedade envelhecida é um 'teste moral': Vaticano pergunta se estamos prontos
20/09/25
O arcebispo Ettore Balestrero disse às Nações Unidas em Genebra que é
fundamental que a dignidade dos idosos seja preservada à medida que a população
envelhece.
O mundo precisa proteger os direitos humanos dos
idosos, disse o observador da Santa Sé nas Nações Unidas em um discurso na
quarta-feira, 17 de setembro, em uma sessão do Conselho de Direitos Humanos em
Genebra, Suíça.
As sociedades, disse o Arcebispo Ettore Balestrero,
Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas em Genebra, não estão
preparadas para que a demografia etária do mundo mude para os idosos.
Daqui a cinco anos, em 2030, cerca de 1,4 bilhão de
pessoas terão mais de 60 anos, disse Balestrero. A projeção é de que esse
número dobre até 2050.
Mais do que apenas uma mudança na demografia, as
mudanças que virão serão "um teste moral de como as sociedades valorizam e
cuidam dos idosos", disse ele.
Recursos
de deslocamento
A população idosa precisará ser tratada com
dignidade, apesar de sua idade e fragilidade, disse Balestrero, e as populações
terão que redirecionar recursos para apoiar tanto os mais jovens quanto os
idosos. Os idosos, disse ele, não podem e não devem perder esses recursos
devido à idade ou a problemas de saúde.
“O valor de uma pessoa não pode ser definido pela
juventude, eficiência, vigor físico ou saúde perfeita, porque reside na verdade
imutável de que cada pessoa é criada à imagem e semelhança de Deus, um fato que
não pode ser apagado pelo próprio tempo”, disse ele.
Balestrero disse que a mentalidade predominante de
"descartável", em uma "cultura da morte", significa que os
idosos são vistos como um fardo ou menos dignos, pois não conseguem contribuir
para a sociedade da mesma forma que uma pessoa mais jovem.
O arcebispo sugeriu que os países implementem
políticas como pensões, benefícios em dinheiro, serviços de saúde e uma rede de
segurança social para ajudar a preservar a dignidade dos idosos, especialmente
das mulheres. As políticas trabalhistas, acrescentou, devem proteger os idosos
da discriminação se ainda estiverem na força de trabalho.
“Eles são privados do descanso que merecem e da
oportunidade de transmitir sua sabedoria e conselhos às gerações mais jovens,
permitindo-lhes enfrentar o futuro com esperança e responsabilidade”, disse
ele.
A Santa Sé, disse Balestrero, “apela a um maior
investimento em políticas de proteção social que apoiem as famílias, a fim de
fortalecer e salvaguardar a família como fundamento duradouro da sociedade
humana”.
Isso significa que deve haver "solidariedade
intergeracional" para preservar os sistemas de seguridade social e
famílias fortes.
Edição Inglês
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