Diante do aumento da
demanda, a “nova” missão dos exorcistas
02/09/25
Os exorcistas estão sendo solicitados a
aumentar as visitas médicas e estão sendo autorizados a usar celulares para
liderar orações por libertação.
Menos exorcismos, mais consultas médicas e mais
orações por libertação. Celulares são permitidos para trocas espirituais
"construtivas" com pessoas em sofrimento que buscam ajuda. Estas são
as novas instruções dadas aos exorcistas durante um curso de formação no
Vaticano sobre o tema "exorcismo e oração por libertação". O curso
reuniu mais de 200 pessoas de 51 países na Pontifícia Universidade "Regina
Apostolorum", em Roma. A participação foi restrita a padres que realmente
precisavam de atualização. Somente eles foram autorizados a assistir ao
trabalho, que ocorreu a portas fechadas no final de abril.
Um fenômeno crescente
Este curso foi criado para dar aos padres
exorcistas "os meios para ajudar de forma concreta e justa as pessoas que
precisam de cura espiritual", explica o Padre Luis Ramirez, do
Instituto Sacerdos da
Pontifícia Universidade, em resposta à crescente demanda de pessoas em
sofrimento. De acordo com os dados mais recentes, o uso de exorcistas está em
constante aumento, afetando milhões de pessoas em todo o mundo.
Também na França, confirma o Padre Emmanuel Coquet,
Secretário-Geral Adjunto da Conferência Episcopal, entrevistado por La Croix , onde "embora não
mantenhamos estatísticas, há uma tendência real nas dioceses de aumento de
contatos de pessoas com sofrimento que recorrem a um padre exorcista". Daí
a importância de um estudo acadêmico e interdisciplinar sobre este ministério,
como este curso oferecido anualmente há cinco anos.
Mudanças de
mentalidades
O exorcismo é uma área complexa, pois exige que os
sacerdotes diferenciem entre sofrimento psicológico ou fisiológico, ou
sofrimento devido à dependência química, e possessão demoníaca. Por exemplo, a
pessoa que os procura sofre de transtorno bipolar ou está realmente possuída?
Por esse motivo, recomenda-se aos novos exorcistas que recorram aos poderes
sagrados somente após consultarem todos os médicos possíveis. Os dias de
confundir epilepsia com possessão demoníaca e vice-versa ainda não acabaram.
Embora seja necessário colocar as coisas em perspectiva, isso deve ser feito
com grande vigilância.
Além disso, o ato em si não é um ato de magia, como
alguns o percebem. Superstição ou sensacionalismo, portanto, não são as
atitudes corretas para encarar a cura espiritual. Essa mentalidade precisa
mudar, corrigindo desde já essa tendência generalizada de recorrer a
"artesanato" ou "falsificação" para "se livrar"
do Maligno. Nada de exorcistas autoproclamados. Somente os autorizados a
realizar exorcismos são bispos e padres expressamente preparados e autorizados
a exercer esse ministério.
O Smartphone, com
moderação
A vigilância também é necessária no uso da tecnologia
moderna. Smartphones, por exemplo, graças aos diversos mecanismos de busca na
internet, podem ser úteis para obter esclarecimentos sobre determinadas
patologias. Isso pode ajudar na comparação e no encorajamento nos primeiros
momentos de dificuldade, para encontrar uma oração, dizem os instrutores. O
cardeal albanês Ernest Simoni, de 90 anos, que apresentou o trabalho do curso,
declarou-se a favor desse processo. Ele até admitiu que alguns padres estavam
agora conduzindo orações de libertação do ritual de exorcismo usando esse
método. Ernest Simoni realizou exorcismos por anos recitando orações em latim:
"Eles me chamam e nós conversamos, e é assim que eu faço", diz ele.
Mas usar a internet é uma faca de dois gumes, pois muitos sites oferecem exorcismos, misturando esoterismo, trapaças, ocultismo, pedidos de dinheiro, etc. Isso pode incentivar a superstição. Acontece que o diabo é uma das figuras mais procuradas na internet. Alguns crentes acreditam que são alvo de feitiços ou maldições malignas. Portanto, os novos exorcistas devem ser redobrados.
Edição Francês
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