Perca riqueza, ganhe amigos: Papa fala sobre o uso de presentes
21/09/25
O Santo Padre também reiterou seu apelo
pela paz em Gaza: "Não há futuro baseado na violência, no exílio forçado
ou na vingança".
O Papa Leão fez um convite para cuidarmos dos bens
que Deus nos confiou, refletindo no Evangelho de hoje, 21 de setembro.
Antes de rezar o Angelus do meio-dia, o Santo
Padre observou que a parábola "nos faz refletir sobre o
uso que fazemos dos bens materiais e, em geral, sobre como administramos o bem
mais precioso de todos, a nossa própria vida".
No final da oração mariana, ele renovou seu apelo
por Gaza:
Repito: não há futuro baseado em violência, exílio
forçado ou vingança. O povo precisa de paz; aqueles que realmente o amam
trabalham pela paz.
Aqui está uma tradução completa do seu discurso:
~
Queridos
irmãos e irmãs, Feliz domingo!
A parábola que ouvimos no Evangelho de hoje ( Lc 16,1-13) nos faz refletir
sobre o uso que fazemos dos bens materiais e, em geral, sobre como
administramos o bem mais precioso de todos, a nossa própria vida.
Na história, vemos um administrador chamado pelo
homem rico para "prestar contas" de sua administração. Aqui, somos apresentados
a uma imagem que transmite algo importante: não somos donos de nossas vidas ou
dos bens que desfrutamos; tudo nos foi dado como um presente pelo Senhor, que
confiou isso aos nossos cuidados, à nossa liberdade e à nossa responsabilidade.
Um dia seremos chamados a prestar contas de como administramos a nós mesmos,
nossos bens e os recursos da Terra – diante de Deus e da humanidade, diante da
sociedade e, especialmente, diante daqueles que virão depois de nós.
O administrador desta parábola, até então, buscava
apenas o seu próprio lucro. Quando chega o dia de prestar contas e o cargo lhe
é tirado, ele precisa considerar o que fazer para garantir seu futuro. Nessa
situação difícil, ele percebe que acumular bens materiais não é o valor mais
alto, pois as riquezas deste mundo são passageiras. Então, ele tem uma ideia
brilhante: chama os devedores e "corta" suas dívidas, renunciando à
parte que lhe caberia. Dessa forma, ele perde riquezas materiais, mas ganha
amigos que estarão prontos para ajudá-lo e apoiá-lo.
Seguindo o exemplo da história, Jesus nos exorta:
“Fazei amigos com riquezas desonestas, para que, quando estas acabarem, eles
vos recebam nas moradas eternas” (v. 9).
De fato, o administrador da parábola, mesmo
administrando as riquezas desonestas deste mundo, consegue encontrar uma
maneira de fazer amigos, deixando para trás a solidão do seu próprio egoísmo.
Quanto mais nós, discípulos que vivemos à luz do Evangelho, devemos usar os
bens deste mundo e as nossas próprias vidas em vista da verdadeira riqueza, que
é a amizade com o Senhor e com os nossos irmãos.
Caros amigos, a parábola nos convida a nos
perguntar: como estamos administrando os bens materiais, os recursos da Terra e
as nossas próprias vidas que Deus nos confiou? Podemos seguir o caminho do
egoísmo, colocando a riqueza acima de tudo e pensando apenas em nós mesmos. Mas
isso nos isola dos outros e espalha o veneno da competição, que muitas vezes
alimenta o conflito. Em vez disso, podemos reconhecer tudo o que temos como um
dom de Deus, a ser administrado e usado como instrumento de partilha – para
criar redes de amizade e solidariedade, trabalhar pelo bem comum e construir um
mundo mais justo, equitativo e fraterno.
Rezemos à Virgem Maria para que interceda por nós e
nos ajude a administrar bem, com justiça e responsabilidade, o que o Senhor nos
confiou.
Depois do Angelus
Saúdo calorosamente todos vocês presentes na Praça
de São Pedro e aqueles conectados através da mídia.
Dirijo-me, em primeiro lugar, aos representantes de
diversas associações católicas engajadas em obras de solidariedade com o povo
da Faixa de Gaza. Caros amigos, aprecio a vossa iniciativa e muitas outras em
toda a Igreja que expressam proximidade aos nossos irmãos e irmãs que sofrem
naquela terra atormentada. Juntamente convosco e com os Pastores das Igrejas na
Terra Santa, repito: não há futuro baseado na violência, no exílio forçado ou
na vingança. O povo precisa de paz; aqueles que o amam verdadeiramente
trabalham pela paz.
Saúdo os peregrinos da Diocese de Mindelo, Cabo
Verde, e os da Diocese de Como; e também os grupos de Angola, da Polónia – em
particular de Bliżyn –, de Ciudad Real, em Espanha, do Porto, em Portugal, e de
Mwanza, na Tanzânia.
Saúdo os sacerdotes da Companhia de Jesus que
iniciam um curso de estudos em Roma; a Sociedade de São Vicente de Paulo; os
fiéis de Sora, Pescara, Macerata, San Giovanni in Marignano, Veneza, Bassano
del Grappa, Santa Caterina Villarmosa, Taranto, Somma Vesuviana, Ponzano Romano
e vários grupos da Diocese de Pádua.
Tenho o prazer de dar as boas-vindas ao Coro da
Ordem dos Advogados de Verona; ao Coro Feminino de Malo, em Vicenza; à Fundação
Oasi Nazareth, de Corato; e à Associação H-Earth Mani e Cuore. Também presto
uma homenagem especial às pessoas que sofrem de Alzheimer e ataxia.
Obrigado a todos e desejo a todos um domingo
abençoado!
Edição Inglês
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