Diálogo inter-religioso: Papa pede confiança em vez de suspeita
11/09/25
Leão XIV elogiou o exemplo dado pelo
povo de Bangladesh diante de desastres naturais, mostrando um compromisso
compartilhado com os mais necessitados, independentemente de religiões.
“Paz, não conflito, é o nosso sonho mais acalentado
e querido”, escreve o Papa Leão XIV em
uma mensagem aos
participantes de um encontro inter-religioso realizado em Bangladesh e tornado
público em 9 de setembro de 2025. Contra “estereótipos”, “suspeitas”,
“preconceito” e extremismo, o Papa defende a “confiança” entre fiéis de
diferentes religiões.
O seminário internacional sobre harmonia
inter-religiosa reúne diplomatas, professores e estudantes de diferentes
religiões na capital de Bangladesh, Dhaka, de 6 a 12 de setembro.
Uma delegação do Vaticano está presente, liderada
pelo cardeal indiano George Jacob
Koovakad , prefeito do Dicastério para o Diálogo
Inter-religioso.
Um
compromisso partilhado com os mais vulneráveis
Em sua mensagem aos participantes, Leão XIV
enfatiza a responsabilidade das religiões de "continuar a nutrir uma
cultura de harmonia e paz". Essa cultura precisa "da luz do sol da
verdade, da água da caridade e do solo da liberdade e da justiça", explica
o pontífice. Ele prossegue a metáfora comparando aqueles que se envolvem no
diálogo inter-religioso a "jardineiros que cuidam deste campo de
fraternidade".
“Onde outros semearam desconfiança, nós escolhemos
a confiança”, continuou o chefe da Igreja Católica, que nos exortou a “nos
unirmos contra as forças da divisão, do ódio e da violência que muitas vezes
têm atormentado a humanidade”.
Ele alertou contra “suspeitas”, “estereótipos”,
“preconceitos” e extremistas que “exploram medos para semear divisão”.
Trabalhando
juntos para cuidar
Leão XIV citou o compromisso compartilhado com os
“mais vulneráveis da sociedade” como a “medida genuína da amizade
inter-religiosa”. Nesse sentido, ele elogiou os “exemplos inspiradores” dados por Bangladesh
nos últimos anos, “quando pessoas de diferentes religiões se uniram em
solidariedade e oração em tempos de desastres naturais ou tragédias”.
Ao longo do texto, o 267º papa reafirma o
compromisso da Igreja Católica em caminhar ao lado de outras religiões. Ele
incentiva a perseverança apesar de "mal-entendidos ou feridas do
passado", a fim de transmitir uma "mensagem poderosa": a de que
"a paz, e não o conflito, é o nosso sonho mais acalentado".
O Papa observa sua esperança de que “todos os
bengaleses e toda a humanidade possam passar da suspeita à confiança, do
isolamento à colaboração”.
Bangladesh, um país do sul da Ásia, foi visitado
por três papas: Paulo VI em 1970 — quando o território ainda fazia parte do
Paquistão; João Paulo II em 1986; e Francisco em 2017.
De acordo com estatísticas do governo dos EUA, em
2022 os muçulmanos sunitas representavam 91% da população, os hindus 8%, os
budistas 0,6% e os católicos 0,2% (400.000).
Edição Inglês
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