Damos mais peso ao pecado do que à misericórdia de Deus?
24/09/25
Muitos
cristãos acreditam que o seu pecado é tão grande que não alcançam o perdão de
Deus, e por isso não deixam que sua misericórdia atue neles.
A natureza humana é complexa: seus pensamentos e
sistema de crenças variam de pessoa para pessoa, e ninguém é igual ao outro.
Mas Deus nos ama a todos da mesma forma e deseja que nos salvemos. E também que
acreditemos que, por maior que seja o nosso pecado, a sua misericórdia tudo
alcança.
As
feridas da alma que impedem de ver
Cometer pecados vem da nossa herança: desde que
Adão e Eva perderam a graça e o paraíso, nos deixaram em situação de pecado
original:
“E disse ao homem: ‘Porque escutaste a tua mulher e
comeste da árvore da qual eu te havia proibido comer, maldito seja o solo por
tua causa. Com fadiga tirarás dele o alimento todos os dias da tua vida...
Então o expulsou do jardim do Éden, para que trabalhasse a terra de onde havia
sido tirado’” (Gn 3, 17; 23).
Sabemos que o Batismo é o remédio definitivo para
esse mal. No entanto, nossa inclinação para o mal permaneceu.
Mas Jesus nos deu o sacramento da Reconciliação
para voltarmos aos braços do Pai amoroso. O que nos impede de ver o quanto Ele
nos ama são as feridas que carregamos na alma, muitas vezes disfarçadas de
autossuficiência ou soberba.
Porque acreditamos que não precisamos de Deus e que
tudo o que nos aflige podemos resolver sozinhos.
Assim, quando reconhecemos que o pecado nos dói e
nos afastou do Senhor, é o momento de voltarmos a Ele como o filho pródigo:
“Agora mesmo me levantarei, irei ao meu pai e lhe
direi: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser chamado teu
filho’” (Lc 15, 18-19).
Aproximar-se
sem temor
Certamente, o medo se apresenta de muitas formas, e
uma delas é a vergonha: “O que o padre vai pensar de mim?”. O temor de ser
julgado ou repreendido se transforma em obstáculo para que o perdão de Deus se
derrame em nós.
É aí que precisamos fazer um ato de fé na
misericórdia divina, que quer que todos nos salvemos e que continua enviando
vozes – às vezes a Santíssima Virgem ou o próprio Senhor Jesus que aparecem a
algum místico em revelações privadas – para nos lembrar que o seu amor nunca
terá fim.
Mas também que requer a nossa conversão, porque
quem não se salvar será por sua própria culpa: porque não confiou em Deus, ou
porque não se esforçou, ou porque se sentiu indigno demais.
Entretanto, a maior prova de seu perdão amoroso é a
sua Palavra:
“Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho
único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,
16).
Não deixemos que essas armadilhas nos aprisionem. O Senhor está sempre esperando para nos perdoar com sua infinita misericórdia. Aproximemo-nos como crianças de nosso Pai celestial e entreguemo-nos ao seu amor.
Edição Portuguese
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