Por que os religiosos fazem votos de pobreza, castidade e obediência?
19/09/25
Os
votos não devem ser apenas um sacrifício, mas uma aceitação plena de uma vida
dedicada a Deus.
Quando homens e mulheres são aceitos em uma
comunidade religiosa, eles normalmente professam três votos principais de
pobreza, castidade e obediência (também conhecidos como “conselhos
evangélicos”).
Por que é que?
O principal defensor desses votos foi São Francisco
de Assis, que escreveu em sua Regra : “A regra e a vida dos frades
menores são estas: observar o santo Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo
em obediência, sem nada de próprio [pobreza], e em castidade. O Irmão Francisco
promete obediência e reverência ao Senhor Papa Honório e seus sucessores
canonicamente eleitos, e à Igreja Romana; e os demais frades são obrigados a
obedecer a Francisco e seus sucessores.”
Desde então, muitas outras comunidades religiosas
seguiram o exemplo e professaram votos semelhantes.
Uma explicação perfeita por trás desses votos pode
ser encontrada na Exortação Apostólica Vita Consecrata ,
de São João Paulo II.
Os
três discípulos, tomados pelo êxtase, ouvem o chamado do Pai para ouvir Cristo,
depositar nele toda a sua confiança, fazer dele o centro de suas vidas. As
palavras do Alto dão nova profundidade ao convite com o qual o próprio Jesus,
no início de sua vida pública, os chamou a segui-lo, a deixar suas vidas comuns
para trás e a entrar em um relacionamento próximo com ele. É precisamente esta
graça especial de intimidade que, na vida consagrada, torna possível e até
exige o dom total de si na profissão dos conselhos evangélicos. Os conselhos,
mais do que uma simples renúncia, são uma aceitação específica do mistério de
Cristo, vivido no seio da Igreja... Ao professar os conselhos evangélicos, as
pessoas consagradas não apenas fazem de Cristo todo o sentido de suas vidas,
mas se esforçam para reproduzir em si mesmas, na medida do possível,
"aquela forma de vida que ele, como Filho de Deus, aceitou ao entrar neste
mundo".
Pobreza
Imitando
a pobreza de Cristo, eles professam que Ele é o Filho que tudo recebe do Pai e
tudo restitui ao Pai no amor (cf. Jo 17,7.10).
Castidade
Ao
abraçar a castidade, eles fazem seu o amor puro de Cristo e proclamam ao mundo
que ele é o Filho Unigênito que é um com o Pai (cf. Jo 10,30; 14,11).
Obediência
Ao
aceitar, através do sacrifício da própria liberdade, o mistério da obediência
filial de Cristo, eles professam que Ele é infinitamente amado e amoroso, como
Aquele que se deleita somente na vontade do Pai (cf. Jo 4,34), a quem está
perfeitamente unido e de quem depende para tudo.
Na prática, esses três conselhos conferem ao
religioso (ou religiosa) certa liberdade para seguir a Cristo e anunciá-lo ao
mundo. Sem posses, o religioso pobre pode andar livremente pelo mundo,
desapegado de quaisquer desejos mundanos, e pregar o Evangelho com a própria
vida.
Ao professar o voto de castidade, o religioso pode
dedicar toda a sua atenção a Deus, seu verdadeiro “Esposo”. Desta forma, ele
prenuncia o Céu, onde não há mais casamento, mas uma profunda união com Deus e
entre si (cf. Mateus 22:30).
A obediência é um voto que vê a vontade de Deus nas
ações do superior, que é chamado a ser instrumento do cuidado providencial de
Deus.
Os conselhos evangélicos são um belo presente para
os religiosos, que visa aproximá-los de Deus e ajudá-los a serem testemunhas
autênticas do Evangelho.
Edição Inglês
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