A prática espiritual mais sagrada e necessária
06/08/25
“Por este meio curto e seguro, avancei
no conhecimento de Deus, com quem resolvi permanecer para sempre.”
Um exemplo perfeito de viver a graça do momento
presente foi o carmelita Irmão Lourenço da Ressurreição. Este soldado do século
XVII, que se tornou fabricante de sandálias, iniciou a vida religiosa na
cozinha do priorado como cozinheiro — uma tarefa para a qual não tinha aptidão.
Irmão Lourenço admite:
Ao iniciar meu trabalho, disse a Deus com filial
confiança: “Meu Deus, já que estais comigo e que devo aplicar-me a estes
deveres por vossa ordem, rogo-vos que me concedais a graça de permanecer
convosco e fazer-vos companhia. Melhor ainda, meu Senhor, trabalhai comigo,
aceitai meus esforços e tomai posse de todos os meus afetos.” Assim, durante
meu trabalho, continuei a falar intimamente com Ele, oferecendo-lhe meus
serviços e pedindo-lhe suas graças.
O Irmão Lourenço convenceu-se de que “não
precisamos estar na igreja para estar com Deus. Podemos fazer de nossos
corações um oratório onde podemos nos retirar de tempos em tempos para
conversar com Ele, com gentileza, humildade e amor. Todos são capazes dessas conversas
familiares com Deus”. Por meio delas, o Irmão Lourenço viu-se crescendo: “Por
este meio curto e seguro, avancei no conhecimento de Deus, com quem resolvi
permanecer para sempre”.
O Irmão Lourenço nos mostra como praticar a
presença de Deus, que ele chama de “a prática mais sagrada, mais comum e mais
necessária na vida espiritual”:
A prática da presença de Deus é deleitar-se e acostumar-se à sua divina companhia, falando humildemente e amorosamente com ele em todos os momentos, a todo instante, sem regras ou sistemas, especialmente em tempos de tentação, sofrimento, aridez espiritual, desgosto e até mesmo de infidelidade e pecado. Por meio dessa contínua atenção a Deus, esmagaremos a cabeça do diabo e faremos com que suas armas caiam de suas mãos. Esses retiros interiores a Deus nos libertam gradualmente, destruindo o amor-próprio. Já que você sabe que Deus está com você em todas as suas ações, que ele está nos recessos mais profundos da sua alma, por que não, de tempos em tempos, abandonar suas atividades externas e até mesmo suas orações faladas para adorá-lo interiormente, louvá-lo, suplicar-lhe, oferecer-lhe seu coração e agradecer-lhe?
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