O mal é “uma dolorosa ocasião de renascimento”, diz Leão XIV.

13/08/25
Leão
XIV concentrou sua catequese na Última Ceia e convidou todos os católicos a
retornarem à pergunta dos apóstolos: "Serei eu quem vai trair o
Senhor?"
O mal "é real, mas não tem a última
palavra" porque Deus "nunca abandona" a humanidade, declarou
Leão XIV durante a audiência geral de 13 de agosto de 2025, na
Sala Paulo VI, no Vaticano. O Papa presidiu este encontro semanal com milhares
de fiéis, poucas horas antes de partir para Castel Gandolfo para uma semana de
descanso de verão.
Ao chegar ao grande Salão Paulo VI na quarta-feira,
Leão XIV cumprimentou a multidão com alguns improvisos em inglês, espanhol e
italiano, explicando aos fiéis que a plateia havia sido movida "para
protegê-los do sol e do calor extremo" que estão incendiando a Praça de
São Pedro ultimamente.
Dando continuidade à sua catequese sobre a vida de
Jesus, iniciada sob o pontificado de Francisco, o Papa, desta vez,
concentrou-se na "Última Ceia", onde Jesus revela que um dos doze
apóstolos está prestes a traí-lo. Jesus não pretende "condená-lo" ou
"humilhá-lo"; ele não "aponta o dedo, nem pronuncia o nome de
Judas", mas sim "fala de tal maneira que todos possam se
questionar", enfatizou o pontífice.
Leão XIV convidou então os católicos a retornarem à
pergunta dos apóstolos: "Será que sou eu?". Esta pergunta, "uma
das mais sinceras que podemos nos fazer", não é "o grito do culpado,
mas o murmúrio de quem, querendo amar, sabe que pode ferir", esclareceu,
antes de afirmar que é nesta consciência e nesta "tristeza" que
começa a salvação.
Comprometido em "abrir espaço para a verdade
em nossos corações", o 267º Papa expressou sua certeza de que o mal
"é real, mas não tem a última palavra".
“O Evangelho não nos ensina a negar o mal, mas a
reconhecê-lo como uma dolorosa oportunidade de renascimento”, insistiu.
A esperança do cristão, prosseguiu Leão XIV, é
saber que "mesmo que falhemos, Deus nunca nos abandona". Ele
acrescentou: "Estamos acostumados a julgar. Deus, por outro lado, aceita o
sofrimento. Quando vê o mal, não se vinga, mas se aflige" e "continua
a confiar".
Após o encontro, o pontífice peruano-americano
visitará a Basílica de São Pedro para saudar os fiéis que não puderam acessar a
Sala Paulo VI por falta de espaço. À tarde, o Bispo de Roma viajará para a
residência papal de Castel Gandolfo, a cerca de trinta quilômetros a sudeste da
capital italiana, onde permanecerá até 19 de agosto.