Espiritualidade

O confessionário: parte essencial do ministério sacerdotal

16/07/25

São João Paulo II admirava o santo Cura d'Ars, e uma de suas experiências diz respeito ao confessionário e ao ministério sacerdotal de cada sacerdote.

São João Paulo II viveu uma vida maravilhosa, onde Deus estava presente em todos os momentos, mesmo em momentos e experiências difíceis. Em seu livro "Dom e Mistério", ele compartilha uma anedota tocante que marcou seu ministério sacerdotal, que diz respeito ao Santo Cura d'Ars e seu tempo no confessionário.

O Santo Cura d’Ars que salvou almas confessando

Karol Wojtyla era um jovem padre enviado para estudar em Roma. O futuro Papa conta que, durante as férias, foi à Bélgica para trabalhar e, no caminho de volta a Roma, fez uma parada em Ars:

"...Tive a sorte de fazer uma parada em Ars. Foi no final de outubro de 1947, no Domingo de Cristo Rei. Com grande emoção, visitei a antiga igreja onde São João Maria Vianney ouvia confissões, ensinava catecismo e pregava suas homilias. Foi uma experiência inesquecível para mim."

Sua admiração pelo humilde padre começara no seminário. Ficou profundamente impressionado com a forma como o poder da graça "operando na pobreza dos meios humanos" se manifestava nele. Mas ficou particularmente impressionado com a maneira como confessou:

Fiquei particularmente impressionado com seu heroico serviço no confessionário. Este humilde padre, que ouvia confissões por mais de dez horas por dia, comia pouco e dedicava apenas algumas horas ao descanso, conseguiu, em um período histórico difícil, promover uma espécie de revolução espiritual na França e em outros lugares. Milhares de pessoas passaram por Ars e se ajoelharam em seu confessionário. Em meio ao secularismo e ao anticlericalismo do século XIX, seu testemunho constituiu um evento verdadeiramente revolucionário.

Ministério sacerdotal marcado para sempre

Por isso, o Padre Karol estava convencido de que deveria seguir o exemplo de São João Maria Vianney:

Do meu encontro com ele, cheguei à convicção de que o padre cumpre uma parte essencial de sua missão no confessionário, por meio dessa voluntária 'prisão do confessionário'. Muitas vezes, ao ouvir confissões em Niegowic, na minha primeira paróquia, e depois em Cracóvia, voltei em meus pensamentos a essa experiência inesquecível.

E mesmo sendo Papa, com todos os compromissos que esse cargo implicava, ele encontrou tempo para confessar:

"Sempre tentei manter a conexão com o confessionário, tanto durante meu trabalho científico em Cracóvia, confessando-me principalmente na Basílica da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, quanto agora em Roma, mesmo que quase simbolicamente, retornando ao confessionário todo ano na Sexta-feira Santa na Basílica de São Pedro."

Que estes dois grandes exemplos inspirem os nossos sacerdotes a não se esquecerem de administrar com paixão e dedicação um sacramento tão imenso e curador.

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