Como cães aliviam sintomas de estresse e depressão
04/07/25
Relação com os humanos definiu a maneira
como a espécie evoluiu
O cão é o melhor amigo do homem, diz o ditado.
Dados coletados durante a pandemia do novo Coronavírus reforçam essa máxima.
Centros de Zoonoses de diversas cidades brasileiras registram aumentos
significativos no número de adoção de cães. Como o do Distrito Federal, que
entre janeiro e setembro de 2020 registrou mais do que o dobro de adoções em
comparação com todo o ano de 2019.
Acariciar um cão reduz sintomas de ansiedade e
depressão durante o período de isolamento, o que pode ser comprovado pela
ciência. A interação com cães, entre outros animais, proporciona a redução nos
níveis de cortisona (substância associada ao estresse) e um aumento na
liberação de neurotransmissores que regulam o nosso bem-estar, como oxitocina,
dopamina, endorfina e norepinefrina, também disparados no convívio com outras
pessoas. Estudos ainda indicaram que afagar um cão aumenta os níveis de
imunoglobulina A, um anticorpo que tem efeito anti-inflamatório e ajuda no combate
à depressão.
Essa relação de troca entre as duas espécies
começou entre 20 e 40 mil anos atrás, a partir da aproximação de lobos famintos
em busca de restos de comida. Essa aliança, que garantiu a sobrevivência da
espécie, ainda foi responsável pela evolução do cachorro há cerca de 11 mil
anos, assim como, a partir da teoria evolucionista, nós evoluímos do macaco.
Essa evolução trouxe aos caninos características que facilitaram seu convívio
com humanos, como o instinto para o pastoreio, o comportamento de se expressar
pelo olhar e a dependência dos humanos. Tanto que a espécie acompanhou a
movimentação do homem pela terra na pré-história.
A evolução do lobo para o cachorro é resultado da
mutação de três genes associados à empatia e à socialização. Um deles, o GTF2I,
assim como nos humanos, está relacionado à produção de oxitocina,
neurotransmissor responsável pelo desenvolvimento da nossa sociabilidade e
desencadeia uma sensação de segurança física e emocional, proporcionado
bem-estar nas relações afetivas com familiares e amigos.
E, claro, com os cachorros, que em tempos difíceis
se revelam ainda mais parceiros e mais indispensáveis do que
nunca.
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