De Roma

Dia Mundial dos Avós: Leão XIV pede uma “revolução da gratidão”

26/07/25

Em sua mensagem para o Dia Mundial dos Avós, divulgada em 10 de julho, o Papa Leão XIV reflete sobre o tema "Bem-aventurado aquele que não perdeu a esperança".

"Derrubar os muros da indiferença em que os idosos muitas vezes estão aprisionados" é uma responsabilidade essencial dos cristãos, insiste o Papa Leão XIV em sua mensagem para o quinto Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, a ser celebrado no domingo, 27 de julho de 2025.

O Papa retorna a várias figuras antigas dos textos bíblicos — Abraão e Sara, Zacarias, Nicodemos e até Moisés — observando que "a velhice, a esterilidade e a decadência parecem extinguir as esperanças de vida e fertilidade de todos esses homens e mulheres". Mas a resposta de Deus reaviva a vida dessas pessoas e lhes dá um novo significado: "Cada vez, diante de uma resposta aparentemente óbvia, o Senhor surpreende seus interlocutores com uma intervenção salvadora", explica Leão XIV.

Ao mostrar que os idosos são "as primeiras testemunhas da esperança", as histórias bíblicas oferecem novas perspectivas que, para o Papa, merecem ser mais bem destacadas nestes tempos de envelhecimento populacional. "O aumento do número de idosos torna-se para nós um sinal dos tempos que somos chamados a discernir para interpretar corretamente a história em que vivemos", explica.

"A vida da Igreja e do mundo só pode ser compreendida através da sucessão de gerações", insiste o Papa. "Abraçar uma pessoa idosa ajuda-nos a compreender que a história não se esgota no presente, nem se consome em encontros fugazes e relações fragmentadas, mas sim se desdobra em direção ao futuro", sublinha.

Gratidão pelo amor dos avós

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O Papa, que era próximo de sua avó, Suzanne Fontaine, uma mulher normanda que faleceu quando ele tinha 24 anos e estava se preparando para ser frade agostiniano, insiste na gratidão devida aos idosos. "Quantas vezes nossos avós foram um exemplo de fé e devoção, de virtudes cívicas e compromisso social, de memória e perseverança em tempos difíceis!", diz ele, pedindo gratidão por esse legado "transmitido com esperança e amor".

Considerando que o Jubileu é vivido como "um tempo de libertação", o Papa também nos convida a considerar esse tempo como "uma libertação, especialmente da solidão e do abandono", para os idosos.

Observando que "nossas sociedades, em todas as latitudes, muitas vezes se acostumam a permitir que uma parte tão importante e rica de seu tecido social seja marginalizada e esquecida", o Papa pede uma "mudança de atitude" e que "toda a Igreja assuma a responsabilidade". Seguindo o exemplo do Papa Francisco, que instituiu este dia, Leão XIV enfatiza a importância de se encontrar com "os idosos isolados, peregrinando assim em direção a Cristo presente neles".

Persevere no amor e na oração

"Nossos corpos são frágeis, mas nada nos impede de amar, de rezar, de nos doar e de ser, na fé, sinais luminosos de esperança uns para os outros", insistiu Leão XIV, ecoando as palavras do Papa Francisco durante sua hospitalização, durante o Angelus de 16 de março.

“Como idosos, perseveremos com confiança no Senhor”, explica Leão XIV, que completará 70 anos em 14 de setembro.

Ao contrário da prática estabelecida pelo Papa Francisco, o Dia dos Avós e Idosos não deve incluir uma missa papal na Basílica de São Pedro desta vez, a menos que haja alguma alteração na programação. Os católicos são incentivados a celebrá-lo em suas dioceses e paróquias, reservando um tempo para visitar idosos isolados.

 

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