Exclusivo: Aleteia
entrevista casal que faz parte da equipe de oração do exorcista
11/09/25
Este casal é ativo na fé e faz parte de
uma equipe de oração para acompanhar o exorcista de sua diocese.
Tive a oportunidade de contatar um casal que faz
parte de uma equipe de oração que acompanha o exorcista de uma diocese
espanhola. Aqui nos referimos a eles como "G" e "A".
Aleteia: Bom dia, G e A! Obrigada por nos concederem esta entrevista. Estamos
muito interessados em
saber como foi a atividade do ministério de exorcismo na sua diocese durante os três meses mais difíceis da pandemia.
G: A verdade é que, durante os três meses de
confinamento durante a pandemia, não conseguimos visitar nenhuma das pessoas
que solicitaram nossos serviços. Continuamos a rezar por elas, embora não
pessoalmente.
Aleteia: Antes da pandemia, com que frequência as pessoas que precisavam desses
serviços se reuniam com você?
G: Em situações normais, uma sessão longa por
semana é o ideal, embora possa ser feita a cada duas semanas.
"Nada
como nos filmes"
G: Por precaução, quando pudemos começar a sair e
continuar com o nosso ministério, reduzimos para grupos menores o número de
pessoas que rezavam, e nos revezávamos. Gostaria também de salientar que, na
nossa diocese, a casa que o bispado nos cedeu, dedicada exclusivamente a este
ministério, é uma casa muito alegre. É muito luminosa, tem uma sala de espera,
uma capela e uma biblioteca, e exala santidade por toda a parte. O Santíssimo
Sacramento está sempre exposto durante as sessões. Não tem nada a ver com o
aspecto sombrio e macabro dos lugares que costumam aparecer nos filmes. É uma
capela realmente bonita.
Aleteia: Poderíamos dizer que Satanás, durante a pandemia, atacou esse ministério
em particular?
G: Durante a pandemia, Satanás não atacou apenas as
pessoas que precisavam deste ministério, mas a todos: não houve funerais, nem
missas, nem confissões, etc.
Aleteia: Como um casal católico "comum" chega a participar dos
exorcismos de sua diocese?
G: No nosso caso, podemos dizer que foi "de
surpresa". Viemos para esta diocese providencialmente, por causa do
trabalho do meu marido, e nos oferecemos para ajudar na paróquia. De lá, eles
nos recrutaram: estavam procurando pessoas com uma vida de fé para ajudar neste
ministério. No início, ofereceram a outros, mas quando ouviram a palavra
"exorcista", rapidamente disseram "não". Sempre admiramos
pessoas que lidavam com este assunto, mas nunca pensei que poderíamos acabar
nesta situação nós mesmos.
Assustador
no começo
G: No começo, fiquei um pouco assustada. Me sentia
pequena demais para essa batalha. Mas meu marido estava entusiasmado, e eu
pensei: "Por que não?". O fato é que nós, como todos os cristãos,
lutamos contra o diabo todos os dias. Lutamos contra pensamentos e tentações
provocados pelo diabo, e às vezes caímos neles, e ficamos atolados em tristeza
ou depressão, e temos que lutar contra isso. Participar da equipe de exorcismo
também é outra maneira de combatê-lo.
R: É isso mesmo. Se você dialogar com ele, ele se
disfarça de melhor amigo, até você tropeçar. Aí, ele faz você se sentir
inútil... Para nós, o fato de pertencer ao Caminho Neocatecumenal nos preparou
para uma compreensão equilibrada do tema do diabo.
Aleteia :
Por que você acha que foi tão fácil para o diabo se tornar invisível e fazer
com que ninguém mais acreditasse nele?
G: Este tem sido um processo gradual. Satanás, o
príncipe das trevas, move-se melhor quando escondido na escuridão. Mas chega um
momento em que há tanta coisa escondida que começa a vir à tona. E podemos ver
isso: no TikTok, no YouTube, ao alcance de crianças bem pequenas. O satanismo é
mostrado como algo bom e positivo.
R: É o grande jogo do diabo. Ninguém mais acredita
nele. Da mesma forma, muitos cristãos não acreditam que os seres humanos possam
ser cheios do Espírito Santo. Além disso, tem sido especialmente fácil
desaparecer em uma sociedade onde a verdade foi completamente relativizada. As
pessoas não acreditam mais que o bem e o mal existam.
G: Nós, cristãos, deixamos de ser sentinelas e
deixamos o muro sem defesas. Paramos de falar sobre ele, sobre a morte. Temos
distanciado esse assunto das nossas vidas. Eu recomendaria estar atento; ele
sempre será mais inteligente do que nós.
Aleteia: A participação neste ministério marcou um “antes e depois” para você?
G: Sim, mas também há um "antes e um
depois" em relação ao nosso trabalho com a Cáritas. Talvez o que mais me
impressionou foi a ação da Igreja: é uma mãe que acolhe fiéis e não fiéis neste
serviço. A Igreja cuida de todos, com a mesma sensibilidade, independentemente
de onde venham.
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R: Para mim, é uma experiência que fortalece a
nossa fé: primeiro, porque vemos que o diabo já perdeu a batalha. Percebemos
que o diabo está derrotado, mas que vai tentar arrastar consigo o máximo de
almas que puder.
"O
diabo tem muito medo da Virgem Maria"
Além disso, pudemos verificar que ele tem muito
medo da Virgem Maria: quando se depara com ela, ele corre como uma galinha.
G: Em alguns momentos em que a ação de um demônio
sobre uma pessoa é muito forte, interrompemos o ritual e rezamos um mistério do
Rosário, que faz com que a pessoa se acalme, e então podemos continuar com o
ritual.
Aleteia: Obrigada, G e R, por dedicarem seu tempo, assim como tantas outras pessoas, para apoiar este ministério. Infelizmente, embora alguns queiram ignorar, ele ainda é muito necessário. Que nunca lhes falte a assistência de São Miguel, e que o manto da Santíssima Virgem os proteja do inimigo. Obrigada por defenderem aquela parte do muro.
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