Como posso ser feliz em meu emprego atual?
21/08/25
Aprenda
a amar seu trabalho dando-lhe um novo sentido
“Quando
o querer é completo, o trabalho se torna um lazer.” (Santo Agostinho)
SOMOS COOPERADORES DA OBRA CRIADA POR DEUS. O
TRABALHO É SAGRADO!
Passamos a maior parte de nossa vida trabalhando;
seja em casa ou em repartição pública, no hospital, quartel ou comércio, na
Igreja, na fábrica, no campo ou na universidade.
A lei do trabalho é uma lei de Deus para a nossa
felicidade; quem não trabalha é infeliz. O Eclesiastes afirma: “Meu coração
encontrava sua alegria no meu trabalho; este é o fruto que dele tirei” (2,10).
São Josemaría diz: “É hora de que todos nós,
cristãos, anunciemos bem alto que o trabalho é um dom de Deus, e que não faz
nenhum sentido dividir os homens em diferentes categorias, conforme os tipos de
trabalho, considerando umas ocupações mais nobres do que as outas. O trabalho,
todo o trabalho, é testemunho da dignidade do homem, do seu domínio sobre a
criação; é meio de desenvolvimento da personalidade; é vínculo de união com os
outros seres; fonte de recursos para o sustento da família; meio de contribuir
para o progresso da sociedade em que se vive e para o progresso de toda a
humanidade” (É Cristo que passa, 47).
Será que o inventor da roda imaginou a sua
importância para toda a humanidade? Será que o inventor da penicilina – Dr.
Alexandre Fleming – poderia imaginar quantas vidas salvaria? Será que o
descobridor da bússola poderia imaginar quantas pessoas guiaria? Será que
Thomas Edison pensou quanto bem nos faria inventando a luz elétrica, ou Graham
Bell ao inventar o telefone? Tudo isso custou muito trabalho!
Quanto tempo o Dr. Pasteur gastou para descobrir a
vacina contra a raiva?
Deus nos deu a honra de completar a sua obra criada;
e é pelo trabalho que fazemos isso. Logo, o trabalho é sagrado, qualquer que
seja. São muitos os problemas e sofrimentos causados por aqueles que rejeitam o
trabalho. Um jovem ocioso torna-se um criminoso, muitas vezes. O grande inimigo
do trabalho é a preguiça.
Thomas Edison, que patenteou cerca de mil inventos,
disse que “em todo gênio há 95% de transpiração e 5% de inspiração”. Isto quer
dizer que não é a genialidade que faz o mundo avançar, mas o trabalho. A glória
do homem consiste em concluir o que Deus propositadamente apenas começou.
TRABALHE COM AMOR. TENHA ZELO E SEJA DEDICADO.
A dedicação e a disciplina superam a genialidade. O
talento de um homem pode não ser suficiente o bastante, mas se ele for
perseverante, dará muitos frutos.
João Paulo II disse que o trabalho manual foi para
ele mais importante que a sua tese de doutorado; e posso dizer o mesmo, o meu
trabalho de professor durante a vida toda foi muito mais significativo para as
pessoas do que o doutorado e o pós-doutorado que realizei.
É importante amar aquilo que fazemos. E para isso é
preciso reconhecer a grandeza do trabalho. Bem nos recordou Santa Madre Teresa
de Calcutá: “Não é o que você faz, mas quanto amor você dedica no que faz que
realmente importa”.
Certa vez alguém vistoriava a construção de uma
obra e perguntou a um operário o que ele fazia ali; este lhe respondeu que
carregava tijolos para serem assentados. Perguntou então a um segundo operário,
que lhe respondeu que carregava a massa para que os tijolos fossem assentados;
quando perguntou a um terceiro, que carregava um carrinho de areia, obteve uma
resposta maravilhosa: “Estamos construindo uma catedral!”
Este último entendeu a grandeza do seu trabalho;
não estava “apenas” carregando um carrinho de areia, estava fazendo muito mais,
construía uma bela catedral! É assim que devemos pensar. Você não está apenas
lavando, enxugando ou guardando louças, você está fazendo muito mais do que
isso, está formando uma família, formando homens e mulheres para o mundo e para
Deus!
Por isso, todo trabalho deve ser feito com zelo e
dedicação.
Quem cumpre o seu dever com amor e dedicação acaba
por amá-lo; transforma a obrigação em satisfação. É fundamental que povo tenha
trabalho; é isto que o torna digno. Não podemos apenas dar-lhe o pão e o peixe;
é urgente ensinar-lhe a pescar e a cultivar o trigo. O povo não quer
assistencialismo, quer trabalho. De nada vale ajudar aqueles que não ajudam a
si mesmos. Diz a Bíblia: “Quem tira de um homem o pão do seu trabalho é como um
assassino do seu próximo” (Eclo 34,26).
É PRATICANDO AS VIRTUDES QUE SEREMOS REALMENTE
FELIZES
O ex-presidente americano Ronald Reagan, em certa
ocasião, disse que o sucesso da assistência social é proporcional ao número de
pessoas que deixam de depender da ajuda do governo. O povo não quer esmola,
quer trabalho. Quando o homem trabalha, ele não só transforma os recursos e a
sociedade, mas principalmente: aperfeiçoa-se a si mesmo. O trabalho faz que o
homem seja, de fato, paciente, perseverante, forte, disciplinado, ocupado em fazer
o bem, compreensivo, dedicado ao próximo etc. E são essas virtudes que o fazem
verdadeiramente feliz.
Todo trabalho traz em si a sua misteriosa
recompensa.
Steve Jobs, o gênio da informática, dizia: “A única
maneira de fazer um ótimo trabalho é amando aquilo que se faz”. Na verdade, o
trabalho pode ser a melhor coisa a se realizar, se for livre; mas, pode ser a
pior coisa, se for escravo. Não é o trabalho em si, mas o “como trabalhar” que
traz o segredo do êxito no trabalho.
A SATISFAÇÃO E OS BONS FRUTOS NÃO SÃO APENAS
CONSEQUÊNCIA DE TRABALHOS REMUNERADOS
Mesmo os aposentados precisam trabalhar de alguma
forma; há tantos trabalhos voluntários e tão necessários. Especialmente em
nosso país, onde as pessoas se aposentam muito cedo, a ociosidade pode prejudicar
muitas vidas. Os aposentados, pela experiência que acumularam nos anos de vida
e de trabalho, têm uma grande contribuição a dar à família, à Igreja, às
associações de classe, aos grupos de voluntários etc.
Quem pode, e não é doente, mas não é capaz de
trabalhar com amor, deveria ter vergonha de pedir esmolas àqueles que trabalham
com alegria. Um trabalho bem feito é o mais alto testemunho que podemos dar do
nosso caráter e seriedade. O caminho mais certo para um trabalhador se condenar
à mediocridade é o de executar apenas o trabalho pelo qual é pago. Ele se torna
apenas um mercenário e não um construtor do mundo.
Uma coisa é certa: não são as coincidências e
sortes, nem a natureza, nem as dificuldades da vida, ou da história, mas o
trabalho realizado por nossas próprias mãos que determinarão o nosso destino. É
o que plantamos hoje que colheremos amanhã. Cada um pode semear o que quiser,
mas terá de colher depois aquilo mesmo que plantou. O povo em sua sabedoria
popular, diz que “quem planta ventos colhe tempestade”.
FAÇA UM TRABALHO BEM FEITO, MAS NÃO SEJA ESCRAVO DO
TRABALHO
O famoso Benjamim Franklin, jornalista americano,
fazia a seguinte recomendação: “Se você deseja um trabalho bem feito procure
uma pessoa ocupada; os outros não têm tempo”. Portanto, quando o trabalho é um
prazer, a vida é alegria. Quando o trabalho é um dever, a vida se transforma
numa escravidão.
A sabedoria oriental diz que não ensinar ao filho a
trabalhar é como ensinar-lhe a roubar; é o mesmo que empurrar-lhe para o mau
caminho. Os pais devem, na hora certa, ensinar e obrigar a seus filhos a
trabalharem, de acordo com suas respectivas idades.
O trabalho deve ser feito sem pressa, de maneira
tranquila, mas permanente, como a natureza, devagar e sempre. Deus nunca nos
impõe um dever sem dar tempo de cumpri-lo. As pessoas que acham que o dia
deveria ter mais de 24 horas estão fazendo algo que não deveriam estar fazendo.
O grande escritor francês, Michel Quoist, em sua
obra Construir o homem e o mundo (Ed. Cléofas), traz uma importante reflexão
sobre isso:
“A agitação é uma das grandes chagas do homem
moderno. O homem tem coisas demais a fazer e as desejaria fazer todas. E como
não se tem tempo de fazê-las, corre, apressa-se, enerva-se, abrevia sua vida, e
acaba não fazendo o que queria, e fazendo pela metade o que precisa. É
necessário remediar esse fracasso. Um pouco de autodomínio, de organização e um
olhar penetrado de fé sobre a vida, podem consegui-lo.”
O trabalho é feito para o homem, e não o homem para
o trabalho; isto quer dizer que não podemos ser escravos do trabalho, por mais
nobre que seja. Alguns se matam de trabalhar por causa do dinheiro, e acabam
prejudicando a saúde e a família. Por isso, se faz necessário criar uma consciência
sobre o verdadeiro valor do trabalho em nossa vida. Sim, precisamos do dinheiro
para o nosso sustento e para ter o necessário; no entanto, não podemos deixar
que a ganância tome conta de nossos desejos e nos faça querer ser escravos do
dinheiro.
O empresário americano, Walt Disney, disse certa
vez: “faça um bom trabalho. Você não terá que se preocupar com o dinheiro; ele
vai cuidar de si mesmo. Basta fazer o melhor que pode”. Em outras palavras,
podemos dizer: “não corra atrás do dinheiro, deixe que ele corra atrás de
você”. Jesus nos ordenou buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua
justiça, e o resto viria por acréscimo: “Não vos preocupeis com o dia de
amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o
seu cuidado” (Mt 6,33-34).
O verdadeiro cristão compreende esta verdade: para
que Cristo reine no mundo, é necessário trabalhar com esmero na terra e com o
olhar no Céu, se dedicando com amor a todas as atividades humanas, como um
verdadeiro apostolado profissional.
(Retirado do livro: “O Sentido Cristão do
Trabalho”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas)
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