Você sabe rezar adequadamente?

19/07/25
A
ansiedade, por exemplo, é um grande perigo para a vida de oração. Quem reza com
ansiedade tende a querer submeter Deus ao seu tempo
Antes de aprender a rezar é preciso compreender o
que é a oração, e qual é o sentido dela. A oração nada mais é que uma relação
de amor, que um diálogo humilde com Deus. Ela é, segundo Santa Teresinha do
Menino Jesus “Um impulso do
coração, é um simples olhar lançado para o céu, é um grito de gratidão e de
amor, tanto no meio da tribulação como no meio da alegria”.
O fundamento da oração é a humildade uma vez que
“Não sabemos o que pedir” (Rm 8,26). O orante não pode perder jamais o senso de
piedade, ele deve se dirigir a Deus dizendo: "Senhor, meu coração não se enche de orgulho, meu olhar não se
levanta arrogante. Não procuro grandezas, nem coisas superiores a mim. Ao
contrário, mantenho em calma e sossego a minha alma, tal como uma criança no
seio materno, assim está minha alma em mim mesmo" (Salmo 131,1-2). Na
certeza de que: “A oração do
humilde penetra as nuvens; e ele não se consolará, enquanto ela não chegar a
Deus, e não se afastará, enquanto o Altíssimo não puser nela os olhos” (Eclesiástico
35,21).
A
finalidade da oração
A finalidade da oração não é outra se não aquela de
nos unir a Cristo. A oração é muito mais que um proferimento de palavras, ela é
antes e acima de tudo, um encontro com a Pessoa de Cristo. Ele por primeiro
deseja nos encontrar “Ele
antecipa-se a procurar-nos e é Ele que nos pede de beber. Jesus tem sede, e o
seu pedido brota das profundezas de Deus que nos deseja. A oração, saibamo-lo
ou não, é o encontro da sede de Deus com a nossa. Deus tem sede de que nós
tenhamos sede d'Ele” (CIC 2560).
Os
combates da oração
Não existe oração sem combate. Quer sejam os
combates humanos, quer sejam os combates espirituais “Não é contra homens de carne e sangue que
temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes
deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal espalhadas nos ares” (Efésios
6,12).
Aqui se poderia falar de três combates da vida de
oração: Barulho, distração e imediatismo. O mundo de hoje é permeado pelo
barulho e é averso ao silêncio. O silêncio é fundamental para a vida de oração.
A distração é uma consequência do barulho, mas não só do barulho ruidoso, mas
também de um outro tipo de barulho que nos passa despercebido, e por mais
paradoxal que pareça, pode ser chamado de barulho do silêncio, ou seja, aquele
barulho das infinitas informações visuais que recebemos.
Por último, se pode falar então do combate do
imediatismo. A sociedade de hoje é conduzida pelo princípio do “amanhã já é
tarde”, do “tudo tem que ser para ontem”, e a consequência disso é a
ansiedade.
A ansiedade é um grande perigo para a vida de
oração, pois quem reza com ansiedade, tende a querer submeter Deus ao seu
tempo, tende a querer fazer mais a sua própria vontade do que a vontade de
Deus.
Expressões
da oração
O Catecismo da Igreja nos apresenta três expressões
da oração, ou seja, as três formas de rezar.
A primeira é a oração vocal que é “Uma necessidade humana de associar os
sentidos à oração interior e que corresponde a uma exigência da natureza
humana. Nós somos corpo e espírito e experimentamos a necessidade de traduzir
exteriormente os nossos sentimentos. Devemos rezar com todo o nosso ser para
dar à nossa súplica a maior força possível” (CIC 2702).
A segunda expressão da oração é a meditação. A
meditação é antes de tudo uma busca, é através dela que o espírito procura uma
compreensão das razões da vida cristã para aderir aquilo que o Senhor lhe pede.
A meditação, diz o Catecismo: “Exige
uma atenção difícil de disciplinar. Habitualmente, recorre-se à ajuda de um
livro como as Sagradas Escrituras, os ícones e imagens sagradas, ou algum
escrito espiritual” (CIC 2705).
Por fim, vem a terceira expressão da oração que é a
contemplação que segundo Santa Teresa de Jesus, nada mais é que uma forma de
nos relacionarmos amigavelmente com Jesus. A contemplação é procurar “Aquele que o coração ama (Ct 1, 7) que
é Jesus, e n'Ele o Pai. Ele é procurado, porque desejá-Lo é sempre o princípio
do amor, e é procurado na fé pura, esta fé que nos faz nascer d'Ele e viver
n'Ele. Nesta modalidade de oração pode, ainda, meditar-se; todavia, o olhar vai
todo para o Senhor” (CIC 2709).
Para entender e se aprofundar mais nesse assunto
preparamos 9 dias de reflexão para aprender a rezar no Hozana. Através dessa
proposta, o Horeb quer levar você a um aprofundamento teórico, mas também
prático da vivência da oração, tornando você mais próximo de Jesus. Clique aqui para participar!
A missão do Horeb é conduzir cada participante a
uma intimidade com Deus. Uma das formas de se vivenciar esta experiência de
intimidade é através dos “Núcleos de Intimidade”. Os Núcleos de Intimidade têm
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João Paulo Medeiros, seminarista responsável Horeb, pelo Hozana
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