Uma das melhores coisas que você pode fazer por sua
saúde espiritual
02/08/25
Até Santo Inácio de Loyola acreditava
que exercitar o corpo ajuda na saúde da alma
Estou em uma luta física e espiritual para tentar
aumentar o número de flexões que consigo fazer. Eu sei, parece estranho
declarar que minha luta de meia-idade para ser um pouco mais forte é, de alguma
forma, um esforço espiritual. Mas, na minha mente, realmente é.
Quando era jovem e excessivamente zeloso, Santo
Inácio de Loyola se engajou em duras penitências físicas. Essas
penitências enfraqueceram seu corpo e, mais tarde, ele se arrependeu do que
havia feito a si mesmo. Em uma carta a São Francisco Bórgia, ele o
aconselhou também a cessar as penitências destrutivas a que estava se
submetendo e que estavam prejudicando seu corpo. Inácio escreve: “Devemos
cuidar do corpo e amá-lo na medida em que ele obedece e ajuda a alma, e na
medida em que a alma, obedecida e ajudada dessa maneira, é mais adequada para o
serviço e louvor de nosso Criador e Senhor”. A questão é simples: quanto
mais saudável for nosso corpo, mais podemos servir a Deus.
Na Igreja Católica, vários grupos de homens que,
juntamente com o aumento da oração e do jejum, também fazem exercícios físicos
ganharam popularidade recentemente. Para estar nesses grupos, os homens
devem se comprometer com uma alimentação mais saudável e manter os
treinos. Muitos dos homens que conheço e sei que participam desses grupos
ficaram agradavelmente surpresos com os benefícios espirituais de ser
fisicamente mais saudável.
É por isso que sempre encorajo homens e mulheres
que fazem resoluções quaresmais para incluir a atividade física. Pode não
parecer um objetivo espiritual, mas, ao fortalecer o corpo, o exercício também
fortalece a alma.
Você
é aquele templo
O autor católico Kevin Vost escreveu recentemente um
livro chamado You Are That Temple ("Você
é aquele templo", em tradução literal) sobre como a espiritualidade e a
saúde física estão conectadas. Ele cita São Tomás de Aquino, que diz: “A
virtude, na medida em que é uma disposição adequada da alma, é como a saúde e a
beleza, que são disposições adequadas do corpo”. O que ele quer dizer é
que, se quisermos nos treinar na virtude e adquirir um hábito para o bem,
faremos isso de maneira semelhante à maneira como podemos treinar nossos corpos
por meio do exercício.
Quando comecei a correr longas distâncias, cada
segundo parecia uma tortura. Meus joelhos e pés doíam. Todo o meu
corpo ficava dolorido. Eu não conseguia respirar. Foi uma experiência
desagradável. Mas continuei e, depois de alguns meses, meu corpo se adaptou. De
repente, eu estava ansioso para minhas corridas. Nos dias em que está
chovendo ou muito frio, fico realmente desapontado. O que mudou? Bem,
minha corrida tornou-se um hábito. Não era mais uma luta, mas uma
alegria. É uma alegria até hoje.
Desta experiência aprendi também como progredir na
vida espiritual. Eu precisava estabelecer metas modestas, mas claras, e
precisava cumpri-las. A princípio, assim como começar a correr, é um
processo desconfortável. Tudo em nós luta contra o desenvolvimento de uma
nova virtude, simplesmente porque não estamos acostumados a ela. A luta é
real, mas também temporária. O truque é avançar para a próxima fase, pois,
se o fizer, seu coração se voltará para o bem e você começará a gostar a gostar
do novo hábito.
Muitas vezes, porém, eu me canso e desisto
logo. E o exercício físico é útil nesse sentido também. Não apenas
fornece um modelo de como nos
disciplinar espiritualmente, mas também desenvolve a única virtude que é
extremamente útil para manter essa
disciplina: a virtude da fortaleza.
A
diferença que a coragem faz
Vost diz que a coragem aumenta nossa capacidade de
enfrentar as dificuldades no caminho para alcançar nossos
objetivos. Quanto mais fortaleza tivermos, maior será nossa capacidade de
resistir. Embora eu adore correr, há dias que são muito quentes ou meus
músculos não se sentem tão bem. Há dias em que procuro uma desculpa para
faltar do meu treino. É preciso coragem para superar minha preguiça
natural. Muitas vezes, essa virtude vem em meu socorro. Ela supera
minha tendência à apatia, me tira de casa e me faz começar o treino - e é raro
o dia em que não fico feliz depois que o treino termina.
Se formos honestos, temos a mesma hesitação quando
se trata de progredir na vida espiritual. Tem dias em que queremos
desistir. E é aí que a fortaleza se faz útil. Essa virtude nos ajuda
a superar aqueles primeiros meses desconfortáveis, até que a nova disciplina se torne mais fácil e, então, nos ajuda a manter
o novo hábito quando temos momentos de fraqueza.
Ainda mal consigo fazer flexões, mas estou dando o
meu melhor. O desenvolvimento interior com o qual o treino ajuda é
igualmente, se não mais, importante. A virtude da fortaleza, eu sei,
pagará dividendos ao abordar a disciplina interior também.
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