Como acalmar a birra de uma criança com uma pergunta
29/07/25
Essa dica para pais pode mudar o jogo com seus pequenos.
Não li todos os livros de psicologia infantil, nem fiz um curso sobre como evitar/parar/acabar com a birra de uma criança. Mas, por causa de uma experiência pessoal com minha filha de 5 anos, realmente quero compartilhar uma "fórmula" que aprendi recentemente para que as pessoas possam mudar de curso quando as crianças insistem em ficar todas agitadas por algo pequeno.
Mas primeiro, preciso contar uma história. Minha filha começou o jardim de infância e estava um pouco ansiosa. Ela ficava dizendo que não conseguiria acompanhar. E esse comportamento acabou se desenvolvendo em casa: ela estava cada vez mais tendo acessos de raiva por qualquer coisa, até pelas menores coisas sem sentido. Por recomendação da escola, marcamos algumas sessões com um psicólogo infantil para que Alice pudesse falar sobre o que estava sentindo na esperança de que as coisas se acalmassem.
Entre as muitas dicas que a psicóloga Sally Neuberger nos deu, houve uma que achei fantástica, embora fosse muito simples — e é exatamente por isso que acho que vale a pena compartilhar.
O psicólogo me explicou que precisamos fazer as crianças se sentirem respeitadas no sentido de reconhecer o que estão sentindo. E então, no momento de uma crise, seja qual for o motivo, precisamos ajudar as crianças (de 5 anos ou mais) a pensar e descobrir o que está acontecendo com elas. Quando reconhecemos o que elas estão passando e, ao mesmo tempo, as fazemos participar da solução do problema, podemos desarmar a birra.
De forma mais objetiva: quando uma birra começa — seja porque o braço da boneca caiu, ou porque está na hora de dormir, ou porque a tarefa de casa não saiu como ela queria, ou porque ele não quis fazer uma tarefa — seja qual for o motivo, podemos fazer a seguinte pergunta, olhando-os nos olhos e com uma voz calma:
“Este é um problema grande, médio ou pequeno?”
Para minha filha, aqueles momentos de pensar sinceramente sobre o que estava acontecendo ao seu redor se tornaram mágicos, pelo menos aqui em casa. E toda vez que eu faço a pergunta e ela responde, nós encontramos uma maneira de resolver o problema, começando pela percepção dela de onde procurar a solução. Um pequeno problema é sempre rápido e simples de resolver. Existem alguns problemas que ela considera médios. Eles provavelmente serão resolvidos, mas não naquele instante, e ela tem que entender que há coisas que precisam de um tempo para acontecer. Se um problema é sério — e obviamente o que é sério do ponto de vista de uma criança não é algo a ser descartado, mesmo que pareça bobo para nós — você pode precisar conversar mais sobre isso e ajudá-la a entender que às vezes há coisas que não acontecem exatamente do jeito que queremos.
Posso dar muitos exemplos de onde usei essa pequena pergunta recentemente. Em uma ocasião, estávamos escolhendo roupas para a escola. Minha filha frequentemente faz um grande alvoroço sobre suas roupas, especialmente quando está mais frio lá fora. Para resumir: ela queria usar sua calça favorita, mas ela estava na máquina de lavar. Ela começou a ter um colapso e eu perguntei: "Alice, esse é um problema grande, médio ou pequeno?" Ela olhou para mim timidamente e disse baixinho: "Pequeno". E eu mais uma vez expliquei que já sabíamos que pequenos problemas são fáceis de resolver. Pedi sugestões sobre como resolveríamos esse pequeno problema (aprendi que é importante dar tempo para ela pensar e responder) e ela disse: "Escolher outras calças". E eu acrescentei: "E você tem mais de um par de calças para escolher". Ela sorriu e foi pegar outro par de calças. Eu a parabenizei por ter resolvido o problema sozinha porque, claro, valorizar a solução é um aspecto essencial para terminar a história.
Não creio que existam soluções milagrosas para criar filhos. Outro dia estava pensando em como é uma verdadeira saga, essa missão de colocar pessoas no mundo: passar por todas as fases, caminhar por caminhos que às vezes nos levam a uma emboscada, ter a humildade de voltar atrás e tentar outro caminho. Com toda a sinceridade, esse conselho vem da minha grande vontade de compartilhar uma luz que apareceu no meu caminho como mãe, e espero de coração que funcione para você também.
Este artigo foi publicado originalmente pelo blog brasileiro Tudo Sobre Minha Mãe.
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