Como viver a santidade no dia a dia?
18/08/25
Todos somos chamados à santidade. Mas
quais implicações isso traz à nossa vida diária?
Deus nos convida a viver em santidade aqui e agora,
hoje, como estamos, onde estamos. Certamente, é importante levar em conta o
passado, aproveitá-lo para melhor construir o presente, contudo, não seria
saudável ficarmos parados no passado, cheios de nostalgia ou remorso.
Devemos agradecer pelo que foi bom, pedir perdão
por nossos pecados, jogar tudo no fogo da misericórdia e estar atentos ao que
é, e não ao que era.
A mesma coisa para o futuro. Sempre corremos o
risco de nos prender na ilusão de ser perfeitos, esquecendo que o amanhã se
prepara no hoje; ou de nos esgotarmos de angústia, sem perceber que o medo da
cruz é pior do que a própria cruz.
“Por isso,
não fiquem preocupados com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã trará as suas
próprias preocupações. Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades”
(Mt 6, 34). Não nos deixemos enganar pelo Maligno, que procura nos desviar do hoje
de Deus. Busquemos a santidade dia após dia nos mínimos detalhes de nossa vida
diária!
Dar prioridade à nossa missão
Um pai não tem os mesmos deveres que um monge, um
estudante universitário ou uma senhora idosa; cada um deles é detido por
responsabilidades relacionadas ao seu estado de vida.
O Senhor pode nos pedir coisas excepcionais, da
mesma forma que às vezes pedia a um grande santo da Igreja. Mas antes de tudo,
ele nos pede que realizemos nossas tarefas comuns, enchendo-as de muito amor.
Fazer a lição de casa, escrever um relatório, lavar
a louça, retirar o lixo… o caminho da santidade passa por cada uma dessas
coisas.
Quando uma tarefa, por mais bela e fascinante que
seja, nos distrai de nossa missão, nosso chamado mais importante, incitando-nos
a negligenciar nosso cônjuge, nossos filhos, nossos entes queridos, nossos
estudos ou nossas obrigações profissionais, por exemplo, podemos deduzir que
ela não vem do Espírito Santo.
Vivamos na misericórdia
Procurar realizar a vontade de Deus sem contar com
a misericórdia de Deus é definitivamente arriscar-se ao orgulho ou ao
desespero. Se eu conseguir fazer coisas boas, acabarei acreditando que sou
capaz de me santificar sozinho.
Ou se, pelo contrário, não conseguir realizar os
meus planos, cairei em desânimo. De uma forma ou de outra, estarei longe da
pobreza de coração que nos permite aceitar o amor de Deus.
Mesmo que a santidade passe por atos concretos de
amor, não podemos perder de vista o fato de que ela não é obra dos homens, mas
um dom gratuito que vem de Deus.
Ter consciência de viver pela misericórdia se
traduz diariamente em nossa capacidade de perdoar e pedir perdão; na
benevolência que nos impede de julgar nossos entes queridos; na maneira que
sabemos reconhecer nossos limites e pedir ajuda a outros se necessário; na
humildade da nossa oração:
“Senhor,
tem piedade de mim que sou tão pecador! “
Cultivemos nossos talentos
Tomemos cuidado com a falsa humildade que pode ser
apenas um disfarce para a nossa covardia e nossa preguiça. Certamente, “quem se engrandece será humilhado, e quem se
humilha será engrandecido” (Lc 14, 11), mas às vezes é muito conveniente
aspirar o último lugar para dispensar o exercício de responsabilidades
exigentes e o desenvolvimento de seus talentos.
Ser humilde é estar na verdade. É ver todos os
tesouros que Deus colocou em nós, recordando que esses talentos foram confiados
a nós, para fazê-los frutificar. E a santidade é estar onde Deus nos quer: não
importa se é gerenciando uma grande empresa ou atrás da caixa registradora de
uma loja de departamentos, desde que seja o local ao qual somos chamados.
Busquemos o Reino de Deus, e todo o resto nos será
dado. Devemos orientar nossas escolhas de acordo com nossa vocação à santidade.
Estabelecer prioridades, especialmente em matéria educativa.
Isto é, se o objetivo da educação é ajudar nossos
filhos a se tornarem santos, muitas preocupações se tornam secundárias.
Escolhamos “a melhor parte”, sem nos preocupar com o que não vale a pena. Não
se deixe inquietar pelas coisas que passam, não deposite sua energia em
ambições terrestres.
A maioria dos problemas assume uma importância
relativa quando nós os visualizamos à luz de nossa vocação eterna. Podemos
simplificar nossas vidas ao desejar apenas uma coisa: fazer a vontade de Deus.
Christine Ponsard
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