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Alma e Espírito

Alma e espírito são a mesma coisa?

Depende. De quem estamos falando?

Espírito e alma são a mesma coisa? Se estivermos falando do ser humano, sim: os dois termos designam a mesma essência. No entanto, também designam dois conceitos com matizes próprios e complementares.
“Alma” se refere ao princípio vital dos seres vivos. Alguns filósofos falaram, por exemplo, de “alma vegetativa” e “alma sensitiva”, aplicadas, respectivamente, a plantas e animais. Isto quer dizer que uma samambaia tem alma, no sentido de princípio vital. O mesmo vale para um peixe, um gato, um cachorro, um mosquito, uma rosa… Naturalmente, são “tipos” diferentes de alma, considerando-se que são diferentes as características do princípio vital de um animal e de um vegetal.
Mas nenhum deles tem espírito.
É que “espírito” se refere ao ser de natureza imaterial. Aplica-se em primeiro lugar a Deus mesmo, de quem o Evangelho diz explicitamente: “Deus é Espírito” (cf. João 4, 24). E também se aplica aos anjos, que são puro espírito criado por Deus.
Já o homem é um ser que poderíamos descrever como “composto”: seu corpo é material, mas sua alma é espiritual, e, portanto, imaterial. É um ser “de fronteira”: materialmente, compartilha características com os animais e até com os vegetais; imaterialmente, compartilha características com os anjos e com o próprio Deus!
Aqui surge um risco frequente de erro que é importante dissipar: a ideia de que “temos” corpo ou “temos” espírito. Não é correto afirmar que o ser humano é um “corpo que contém um espírito”, nem que é um “espírito preso a um corpo”. O ser humano não “tem” um corpo: ele é um corpo. Ao mesmo tempo, o ser humano não “tem” um espírito: ele é espírito. O ser humano é espírito E corpo ao mesmo tempo. Esta é a especificidade fascinante do ser humano: nós somos uma unidade de corpo e espírito.
No caso único do ser humano, o princípio vital (a alma) é de natureza espiritual. Isto quer dizer que a natureza da nossa alma não é apenas a do princípio vital de um animal: é a de um ser espiritual – e, portanto, imortal. Esta, aliás, é a base da afirmação da imortalidade da alma humana: sendo espiritual, ela é necessariamente imaterial, e, sendo imaterial, é necessariamente imortal. Em suma, alma e espírito coincidem no ser humano como uma só realidade: a nossa alma é espiritual; em nós, alma e espírito são a mesma essência.
Decorre disto outro fato único: precisamente porque somos essa unidade de corpo e alma espiritual, a nossa alma espiritual “requer” o nosso corpo e o nosso corpo “requer” a nossa alma espiritual. Afinal, sem corpo ou sem alma espiritual, deixaríamos de ser a unidade corpo-espírito que compõe a substância humana. É por isso que a fé cristã afirma a necessidade da “ressurreição da carne”: de alguma forma que desconhecemos, mas que é necessária para que continuemos sendo nós mesmos, Deus restabelecerá a nossa unidade corpo-espírito após a nossa morte, ao nos ressuscitar.
Considerando tudo o que foi dito e respondendo resumidamente à pergunta inicial: alma e espírito são a mesma coisa ou não são? Depende: os termos “alma” e “espírito” não são a mesma coisa porque se referem a conceitos diferentes, mas, se estivermos falando do caso único do ser humano, então esses dois conceitos diferentes correspondem à mesma essência.

Qual a diferença entre alma e espírito?

Nas Sagradas Escrituras, São Paulo faz essa distinção entre alma e espírito.

A alma humana é espiritual, o que significa que ela não é material. A alma humana tem três capacidades ou potências: a capacidade de entender ou inteligência; a capacidade de querer, ou vontade; e finalmente a capacidade de sentir, ou sensibilidade.
A sensibilidade é a potência da alma que nos permite sentir de um modo diferente do corpo. Nosso corpo, através dos 5 sentidos sentem as coisas materiais. Por exemplo, sinto que um objeto é frio ou liso; sinto perfume de flores; etc.
Nossa alma sente alegria, tristeza, raiva, simpatia, tédio, etc. Estes sentimentos da alma estão sempre ligados ao corpo. Assim, se tenho notícia que minha mãe morreu sentirei tristeza tal que meu corpo verterá lágrimas. Se tenho uma notícia boa ou surpreendente, dou risada.
Portanto, a sensibilidade da alma está, pois, estreitamente ligada ao nosso corpo. É por isso que o demônio tem mais influência sobre nossa sensibilidade do que sobre nossa inteligência e vontade.
Nossa inteligência e nossa vontade, embora usem o corpo, estão menos dependentes dele. É pela inteligência e vontade que temos em nós a imagem de Deus, porque, como Deus tem Inteligência e Vontade, nós também temos estas duas potências.

Por estas razões, São Paulo faz uma distinção na alma, entre a sensibilidade – que é mais ligada à matéria – e nossa inteligência e vontade, que ele chama de espírito, por serem menos dependentes da matéria.
Nesse sentido é que São Paulo diz que a palavra de Deus é como uma espada de dois gumes que penetra entre a alma e o “espírito”, isto é, entre a sensibilidade (alma) e o espírito (inteligência e vontade).
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Prof. Felipe Aquino

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